Somente no litoral paulista são mais de 30 ações movidas por mães de autistas e Justiça tem determinado, nestes casos, multas diárias de até R$ 60 mil se Amil não cumprir decisão.
Créditos: Silvia Constanti - 13/06/2023 - Folhapress
Atual dono da Amil, o empresário José Seripieri Filho fundou a Qualicorp e foi preso no âmbito da Lava Jato. Ambas empresas estão envolvidas no embrólio contra famílias atípicas.
Após da decisão unilateral de higienização de sua carteira de clientes, cancelando contratos específicos com benefícios na condição de autismo, milhares de ações se espalharam pelo País.
No Distrito Federal, a Justiça concedeu liminar, proíbindo a Amil de suspender os planos de saúde da pessoas diagnosticadas com TEA. A decisão também abrange beneficiarios com paralisia cerebral e doenças raras. De janeiro a abril deste ano, 300 reclamações foram feitas à Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) pelas famílias de pessoas consideradas “caras” demais para ter acesso a um tratamento contínuo pelos convênios. e espectro autista.
Em São Paulo, mais de 30 ações foram impetradas contra a Amil somente no litoral paulista. Resumidamente, a Justiça paulista também concedeu decisão liminar proibindo os cancelamentos. Em todos os casos, a desobediencia da Operadora pode acarretar multa diárias de até R$ 60 mil.
No final do ano passado, em dezembro de 2023, a United Health Group (UHG), dona da Amil, acertou a venda da operadora de saúde e de sua rede de hospitais no país para o empresário José Seripieri Filho, conhecido como Junior, fundador da Qualicorp, por cerca de R$ 11 bilhões, no que é considerado o maior negócio de fusão e aquisição já feito entre uma companhia e uma única pessoa física no Brasil.
Desde então, Junior vem promovendo diversos movimentos de redução de custos. Não por acaso, o caso atual envolve a operadora do qual é dono e a gestora de contratos criada pelo menos empresário.
Junior é um empresário bastante influente e conhecido no mercado. Amigo do Presidente Lula, José Seripieri Filho esteve em Curitiba diversas vezes para visitar Lula, então preso na Superintendência da Polícia Federal. Em novembro do ano passado, o empresário levou Lula à COP 27, no Egito, em seu jato privado.
O empresário também foi preso no âmbito da Operação Lava Jato, em uma operação que investigava o suposto caixa 2 na campanha do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) ao Senado Federal, em 2014. Junior teria feito doações não contabilizadas de cerca de R$ 5 milhões.
Em novembro de 2020, o Dono da Amil fez acordo de delação premiada e pagou uma multa de mais de R$ 200 milhões. Os termos do acordo e o conteúdo das declarações de Junior permanecem sob sigilo até hoje.
As relações de Junior não podem intimidar os Deputados e o Presidente da Câmara, Deputado Arthur Lira, a instaurar a CPI que deve cuidar dos interesses exclusivos da população e da Saúde do Brasil. Divergencias políticas devem se deixadas de lado e o interesse do povo deve prevalecer.